Caso 8 de janeiro

Polícia Federal mira aliado de Bolsonaro na Zona Sul de Niterói

Operação também acontece em outros estados

A investigação é para entender a participação dos alvos nos atos do dia 8 de janeiro
A investigação é para entender a participação dos alvos nos atos do dia 8 de janeiro |  Foto: Lucas Alvarenga

Um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, nesta quinta-feira (8), mora no bairro Icaraí, na Zona Sul de Niterói, Região Metropolitana do Rio.

A PF investiga uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, nos episódios do dia 8 de janeiro de 2023.

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Tudo isso para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente Jair Bolsonaro no poder.

Segundo a PF, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, em vários estados. O grupo é formado por militares e aliados políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A reportagem ainda não teve acesso aos nomes dos alvos.

As medidas incluem a proibição de contato com outros investigados, a restrição de saída do país com entrega dos passaportes em 24 horas e a suspensão do exercício de funções públicas.

Um alvo mora em edifício no bairro de Icaraí, na Zona Sul de Niterói
Um alvo mora em edifício no bairro de Icaraí, na Zona Sul de Niterói |  Foto: Lucas Alvarenga

Além do Rio de Janeiro, as ações também acontecem nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Ainda segundo a PF, as investigações apontaram que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, para viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

“O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”, informou a PF.

Já o segundo eixo de atuação do grupo, de acordo com o comunicado, consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, por meio de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em “ambiente politicamente sensível”.

Por fim, a PF destacou que os fatos investigados configuram crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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